Roubos, furtos e extravios são alguns dos problemas enfrentados pelos passageiros no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Não é difícil encontrar quem tenha desembarcado e se surpreendido com a ausência de sua mala ou com violações em sua bagagem. Para se ter uma ideia, somente de maio a outubro deste ano foram registrados quase 170 casos envolvendo apenas extravio de bagagem. Mas os números podem ser bem maiores.
De acordo com funcionários do Juizado Especial que atuam no aeroporto, dezenas de registros deixam de ser feitos, em geral por decisão do próprio passageiro. Segundo o conciliador Rafael Barros, isso ocorre porque, muitas vezes, as pessoas, depois de passar pelo constrangimento de encontrar a bagagem de maneira inadequada, preferem não correr atrás por pressa ou por estarem aguardando uma conexão.
Ao Juizado Especial cabe negociar uma solução entre as duas partes envolvidas. Dados do Tribunal de Justiça do DF (TJDF) mostram que de janeiro a setembro último, os funcionários em atuação no aeroporto fizeram 559 atendimentos, a maioria com pedidos de esclarecimentos e de informações. Deste total, apenas 49 passageirosparticiparam de audiências de instrução, 94 acordos foram alcançados, seis casos encaminhados a outros estados e 18 pessoas desistiram da ação.
Entre filas de embarque e desembarque, os passageiros reclamam da forma como suas bagagens chegam até eles. A empresária Lucirley Marques mora em Goiânia e viaja constante para a para Bélgica, onde mantém uma empresa de limpeza. “Já tive minha mala extraviada e nunca a encontrei. Em umas dessas minhas viagens, passei por Brasília e tive minha mala totalmente aberta. Precisei comprar outra”, contou.
Fazendo visita técnica a Brasília, a estudante Ivaine Gilioni veio de Balneário Camboriú (SC). Assim que pegou sua mala no desembarque, observou que estava um pouco aberta. “Por enquanto, não senti falta de nada, mas o rapaz que estava do meu lado teve seu notebook furtado”, disse.
Medidas de prevenção
De acordo com o conciliador Rafael Barros, do Juizado Especial do Aeroporto JK, as medidas para evitar que o número de reclamações aumente já estão sendo tomadas. “A situação está melhorando, pois as companhias aéreas estão se precavendo nas épocas de fluxo intenso. Para evitar aumento de reclamações gerais por conta de bagagens, as companhias reforçam o quadro de funcionários, justamente para tomarem mais cuidado na retirada da mala do passageiro”, diz Rafael.
No entanto, os cuidados devem e podem partir também dos passageiros. Com medidas de prevenção, todos podem tentar evitar que danos aconteçam em suas bagagens. Geraldo Tardim, diretor do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Reclamações de Consumo (Ibedec), explica que ao viajar, os passageiros devem usar algum tipo de identificação em suas bagagens. “Qualquer tipo que ajude no reconhecimento da mala já vale, seja um chaveiro ou um adesivo. Até mesmo um papel com nome e telefone da pessoa”, afirma.
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